quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Breves considerações: A busca do homem pela verdade

Desde os tempos mais remotos o homem busca de forma angustiante uma relação com a verdade, essa lhe parece essencial e ao mesmo tempo transcendente.  Mas uma pergunta que se impõe de forma desafiadora é: O que é a verdade?
Todos, em algum momento de sua vida já se questionaram sobre seus valores, suas crenças, suas concepções a respeito de determinados assuntos, quando se interage com o mundo, quando se relacionamos com os outros essas questões certamente nos virão à tona.
Quando isso acontece várias reações podem ocorrer, medo, dúvida, certeza, pânico e uma infinidade de sentimentos poderiam ser listados quando nossas concepções, ainda que por um breve momento sejam questionadas.
A pergunta entre outros, é um dos instrumentos que auxilia o homem ruma a esse caminho desconhecido, perguntar é desejar saber o motivo, a existência de algo, e isso já se torna suficiente para o caminho em busca da verdade. A relação do homem com a verdade lhe confere significado, valor e senso de realidade.
O homem precisa da verdade, e sobre essa a filosofa Marilena Chauí(2000, p.55) faz o seguinte comentário: “O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos como desejo de confiar nas coisas e nas pessoas, isto é, de acreditar que as coisas são exatamente tais como as percebemos e o que as pessoas dizem é digno de confiança e crédito”, e ela que possibilita o convívio social, todos os relacionamentos, tratos, promessas, contratos necessitam de alguma forma da verdade como instrumento garantidor.
A questão da verdade não é uma querela intelectual, antes é algo vital para a direção do individuo, para a forma como ele se relaciona com mundo, de como se posiciona a favor ou contra determinado argumento, sem saber a verdade seria impossível uma existência consciente no mundo, o questionamento exige uma resposta, e essa resposta só é válida se estiver em correspondência com a realidade. 
É essa correspondência que liberta do homem de um caos epistemológico, de uma desorientação sistêmica e paralisante, é por meio da verdade que o individuo se movimenta em um processo contínuo de aperfeiçoamento.
A filosofia fundamentalmente precisa enfrentar o problema da busca pela verdade, e essa questão sempre esteve presente tanto na filosofia clássica como em filósofos contemporâneos. Segue disto que no decorrer do processo histórico da filosofia surgiram algumas escolas de pensamento com teorias a respeito da verdade.
Temos em Platão e Descartes a corrente epistemológica conhecida por racionalismo. O racionalismo é uma concepção filosófica que defende que o conhecimento é obtido por meio da razão somente. Para o racionalismo a opinião, crença, percepção e sensações são enganosas e nos afastam do conhecimento, cabe a razão excluí-las.
O Empirismo, no entanto, afirma que o conhecimento é obtido por meio da experiência. Nessa epistemologia o conhecimento é um processo ascendente que se inicia por meio da experiência até que alcance as idéias, mas afirma ser impossível conhecer somente pela razão.
A questão da verdade tem sido levantada durante todo o período da história da filosofia, quer pelos pré-socráticos, por Sócrates, Platão e Aristóteles, seja no período medieval com Agostinho e Tomás de Aquino, ou no moderno Com Descartes, Bacon e outros, sempre a questão da verdade é um dos problemas com os quais os filósofos precisam lidar.
Essa é a grande saga da humanidade, a questão não é apenas uma busca, uma angustia um desespero, pelo absoluto, a questão não é apenas um caminho, um lugar aonde chegar, é preciso que a resposta contenha tudo isso, apaziguamento intelectual e conseqüentemente psicológico, que corresponda à realidade e que se possa dar crédito, que seja confiável.
Dessa forma o homem caminha desde os primórdios, questionando, indagando e buscando respostas que lhe satisfaçam não só a mente, mas também o coração, e a filosofia é a ferramenta que o auxilia nesse processo, uma bússola para a verdade.


Bibliografia

CHAUI, Marilena, Filosofia. São Paulo. Ed ática. 2000.
GEISLER, Norma; FEINBER Paul. Introdução à Filosofia. São Paulo. Vida Nova. 1983.

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