Revisão: Paulo Cesar Antunes. [ www.arminianismo.com ]
Embora o Antigo
Testamento descreva Deus como o soberano Senhor, ele não compromete a afirmação
da liberdade e responsabilidade humana. No Antigo Testamento, cada um do povo
de Deus era livre para rejeitar Sua graça. O comportamento de uma pessoa não era
previamente ordenado por Deus. Era sua própria decisão que determinava se ele era
contado entre os justos ou entre os ímpios.
Quando um indivíduo
escolhia afastar-se de Deus e rejeitar a divina graça, Deus removia Sua
presença e bênçãos. Muitos retrocederam e cometeram apostasia no Antigo
Testamento. A ira ou as bênçãos de Deus eram inevitáveis, dependendo da
resposta do Seu povo a Sua graça. Deus ansiava que Seu povo apóstata retornasse
a Ele com um coração quebrantado e contrito.
O Antigo Testamento indica que Ele estava sempre disposto a abrandar Seu julgamento com misericórdia e perdão, se eles se aproximassem dele em sincera confissão e genuíno arrependimento.
O Antigo Testamento indica que Ele estava sempre disposto a abrandar Seu julgamento com misericórdia e perdão, se eles se aproximassem dele em sincera confissão e genuíno arrependimento.
O ensino do Antigo
Testamento é rico e variado. A partir de sua orientação geral, nós podemos
tirar algumas conclusões sobre o assunto da segurança do povo de Deus.
1. O Antigo Testamento não oferece nenhum suporte para a doutrina da
segurança eterna incondicional. Tal doutrina é irreconciliável com o teor
de todo o Antigo Testamento. Apesar da palavra de Deus ao Seu povo infiel por
meio de Seu servo Jeremias, eles continuavam em seus maus caminhos; mas para
assegurar-lhes que ainda havia tempo para arrependimento, o profeta dizia-lhes
que Deus estava casado com um povo apóstata (Jr 3:14). Deus continuou
misericordioso e não quis rejeitá-los totalmente como Seu povo. Os justos que se
afastavam de Deus e voltavam para o pecado eram responsabilizados e morreriam
em seus pecados se não se arrependessem. (Ez 33:13). A crença “uma vez salvo,
sempre salvo” não tem suporte no Antigo Testamento.
2. A
escolha de Israel por Deus para ser Seu povo não era garantia de segurança eterna.
Às vezes é afirmado pelos profetas que o arrependimento era possível, e que a
destruição poderia ser evitada (Os 14:2), mas outras vezes a oportunidade para
arrependimento havia passado (Amos 3:2; 8:2; Is 1:3; 2:6; 5:13, 25). Apesar de ser
o povo escolhido de Deus, eles não podiam escapar das consequências de seus
pecados e responsabilidade pelo que faziam.
3. O Antigo Testamento não ensina que Deus determina antecipadamente as
ações de um indivíduo. A mão de Deus era vista em muitos eventos, mas as
próprias ações de um indivíduo determinavam o curso de sua vida e futuro,
incluindo seu destino eterno. Não há indicação de que Deus tenha um plano predeterminado
para a vida de cada pessoa.
4. A obediência a Deus e a Sua lei é incontestavelmente importante. Esta
obediência era desenvolvida e sustentada pela graça divina e não era medida
pela perfeição e uma rígida conformidade com a lei. O que Deus esperava era
fidelidade. A salvação de Israel era condicionada à obediência, que demonstrava
o desejo de alguém agradar a Deus e fidelidade à aliança. A graça possibilitava
esse tipo de vida.
5. De acordo com o Antigo Testamento, as pessoas são capazes de responder à
oferta de perdão de Deus e Sua ameaça de julgamento. Deus permanecia livre
para mudar suas decisões pronunciadas e ajustar sua conduta conforme a resposta
de Seu povo. As coisas não eram predeterminadas ou inalteráveis. Embora Deus
não mudava em Si mesmo (Nm 23:19; Tg 1:17), Ele mudava Seus planos em resposta às
orações e em relação ao Seu julgamento (Êx 32:9-14). Deus tinha o direito de
mudar de ideia e alterar Suas promessas e ameaças declaradas. Qualquer teologia
que nega a liberdade soberana de Deus não é uma teologia bíblica (Ez 18:21-28;
33:13-16).
ARRINGTON,
French L. Unconditional Eternal Security – Myth or Truth?, ed. Pathway Press, Cleveland, Tennessee, pgs. 32-34
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